5/21/2015

Assinatura: Revista Polichinello





r e v i s t a polichinello a s s i n a t u r a

Fundada em 2004, a revista literária Polichinello segue movendo seus laços a cada nova edição, dobrando encontros, apostas, agenciando possíveis entre a literatura e o pensamento, no limite do que pode uma experiência literária. E nessa direção concebe a literatura como espaço fértil de singularidades e outramentos, pelo qual se deslocam estilos, formas, maneiras de escreviver. Trata-se não apenas do horizonte literário, mas do plural que incita, em um espaço heterogêneo, experimentos da escrita.

Em dez anos de circulação (2004/2014) a Polichinello alcançou dezesseis edições, numa ação com amigos, colaboradores, parceiros, sem os quais seria impossível prosseguir.

E agora seguimos dobrando outra dobra – nesta campanha anual de assinaturas – para manter a revista circulando.

Trata-se de uma assinatura de apoio, um sopro para manter o pensamento em bom estado. Assinatura anual, no valor de 100 reais, correspondente a duas edições da revista (nº 17 & nº 18), a sair em 2015.
        
AOS INTERESSADOS EM ASSINAR A REVISTA POLICHINELLO: Depósito na Caixa Econômica Federal - AG: 0022 | CP: 00040941-5 | OP: 013. Em nome de Nilson Oliveira Assunção. Em seguida confirmar depósito e enviar endereço para: 



Nilson Oliveira
Editor da Revista Polichinello




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5/10/2015

Nós dizemos revolução | Beatriz Preciado









NÓS DIZEMOS REVOLUÇÃO
Beatriz Preciado






Parece que os gurus da velha Europa se obstinam ultimamente a querer explicar aos ativistas dos movimentos Occupy, Indignados, handi-trans-gays-lésbicas-intersex e postporn que não poderemos fazer a revolução porque não temos uma ideologia. Eles dizem “uma ideologia” como minha mãe dizia “um marido”. Pois bem, não precisamos nem de ideologia nem de marido. As novas feministas, não precisamos de marido porque não somos mulheres. Assim como não precisamos de ideologia porque não somos um povo. Nem comunismo nem liberalismo. Nem o refrão católico-muçulmuno-judeu. Falamos uma outra linguagem. Eles dizem representação. Nós dizemos experimentação. Eles dizem identidade. Nós dizemos multidão. Eles dizem controlar a periferia. Nós dizemos mestiçar a cidade. Eles dizem dívida. Nós dizemos cooperação sexual e interdependência somática. Eles dizem capital humano. Nós dizemos aliança multi-espécies. Eles dizem carne de cavalo nos nossos pratos. Nós dizemos montemos nos cavalos para fugir juntos do abatedouro global. Eles dizem poder. Nós dizemos potência. Eles dizem integração. Nós dizemos código aberto. Eles dizem homem-mulher, Branco-Negro, humano-animal, homossexual-heterossexual, Israel-Palestina. Nós dizemos você sabe que teu aparelho de produção de verdade já não funciona mais… Quanto de Galileu precisaremos desta vez para re-aprender a nomear as coisas, nós mesmos? Eles nos fazem a guerra econômica a golpe de facão digital neo-liberal. Mas nós não choraremos a morte do Estado-providência, porque o Estado-providência era também o hospital psiquiátrico, o centro de inserção das pessoas com deficiência, a prisão, a escola patriarcal-colonial-heterocentrada. Está na hora de pôr Foucault na dieta handi-queer e de escrever a morte da Clínica. Está na hora de convidar Marx para um ateliê eco-sexual. Não vamos adotar o estado disciplinar contra o mercado neoliberal. Esses dois já travaram um acordo: na nova Europa, o mercado é a única razão governamental, o Estado se tornou o braço punitivo cuja única função será aquela de re-criar a ficção da identidade nacional por meio do medo securitário. Nós não desejamos nos definir como trabalhadores cognitivos nem como consumidores farmacopornográficos. Nós não somos Facebook, nem Shell, nem Nestlé, nem Pfizer-Wyeth. Não desejamos produzir francês, e tampouco europeu. Não desejamos produzir. Nós somos a rede viva decentralizada. Nós recusamos uma cidadania definida por nossa força de produção ou nossa força de reprodução. Nós queremos uma cidadania total definida pelo compartilhamento das técnicas, dos fluidos, das sementes, da água, dos saberes… Eles dizem que a guerra limpa se fará com drones. Nós queremos fazer amor com os drones. Nossa insurreição é a paz, o afeto total. Eles dizem crise, nós dizemos revolução.





5/07/2015

X Colóquio de Filosofia e Literatura : "Tempo: morte, memória, duração"













X Colóquio de Filosofia e Literatura "Tempo: morte, memória, duração"

Esta décima edição do Colóquio de Filosofia e Literatura vem confirmar a maturidade do evento, que desde 2001, reúne em Goiânia especialistas do Brasil inteiro para discutir questões atinentes a esta complexa relação.

6 a 8 de Maio de 2015
ocal: Auditório II da Área II Puc Goiás - Praça Universitária
Realização: Faculdade de Filosofia-UFG
ENTRADA FRANCA



PROGRAMAÇÃO

06 DE MAIO
09:00 abertura

09:30 Marlon Salomon - Tempo e labirinto na história do pensamento de Alexandre Koyré

11:30 pausa para almoço

14:30 Rodrigo Vieira Marques - Paisagens do tempo em Baudelaire e Rimbaud
16:00 Clara Castro - Sade e a ideia de metempsicose

07 DE MAIO
09:30 Ana Lucia Machado Oliveira - Antonio Vieira e a moralização da morte ad majorem Dei gloriam

11:30 pausa para almoço

14:30 José Ternes - Na escola de Maldoror
16:00 Céline Clément - Tempo e eternidade em Pascal

08 DE MAIO
09:30 Maria Cristina Franco Ferraz - Um réquiem para Bartleby

11:30 pausa para almoço

14:30 Contador Borges - O fascínio da morte e o tempo inoperante em Sade, Blanchot e Bataille
15:45 Encerramento e apresentação do livro ÁSPEROS PERFUMES

5/04/2015

Névoa e assobio | Bianca Dias


















Névoa e assobio 
Autora: Bianca Dias
Desenhos de Júlia Panadés


O livro de Bianca Dias, que está por vir, nos apresenta uma experiência de atravessamento e de elaboração. Apresenta-nos, sobretudo, uma ética-estética da existência, irmã gêmea do “amor fati” nietzchiano. Como se na perda estivesse guardada uma prenda, como se na doença estivesse guardada uma dança. Como se no fundo do silêncio aterrador estivessem guardadas palavras aladas que atravessam o trauma e compõem uma trama. Nessa trama, que se impôs pela necessidade, palavras silenciosas e silêncios eloquentes se sucedem e, mais do que revelam, constroem uma máscara de sentido para o abismo sem rosto que fita a todos nós. 

A partir da perda de seu filho, Bianca devolve o olhar a esse abismo num exercício de escrita corajoso e nascido dessa experiência, na qual a ausência se torna uma aguda presença. Entretanto, neste livro não encontramos apenas essas palavras aladas. Nele, há um encontro fortuito entre as palavras e os desenhos da artista Julia Panadés, que, num gesto cúmplice, oferece um pouso imagético, um vislumbre de forma e uma possibilidade de costura das bordas.

Neste livro trabalharemos com uma pré-venda e ofereceremos como agradecimento-recompensa um desenho de Julia Panadés. 




Esses desenhos serão impressos sobre papel-algodão em uma tiragem limitada, numerados e assinados, e estarão disponíveis apenas para este momento da pré-venda, que durará até o momento da impressão do livro, que planejamos para Agosto/2015.

Convidamos todos a se anteciparem e garantirem o seu exemplar (cuja tiragem é pequena) e o seu desenho.