10/20/2015

I Colóquio Deleuze: Arte/Resistência - Zonas de Vizinhança





















Nos dias 16 e 17 de novembro deste ano, nos auditórios do ICED e IFCH - UFPA, acontecerá o I Colóquio Deleuze: Arte/Resistência - Zonas de Vizinhança, com a presença de pesquisadores de várias universidades.





















R e a l i z a ç ã o :
Grupo Transversalizando (UFPA)
Grupo Difere (UFPA)
GEPECS (UFPA) 
LABITEC (UFMT)
Revista Polichinello 






PROGRAMAÇÃO COMPLETA
Dia 16/11 - MANHÃ - Auditório ICED


8:30h - Abertura - Performance Furo no jarro d'água
Daiane Gasparetto e Bruna Cruz (UFPA)


8:50h a 11:15h - Mesa Redonda I - Filosofia da Diferença, arte e política em Gilles Deleuze:

1) O pensamento do fora e os signos intensivos em Deleuze. (Prof. Dr. Sandro Kobol Fornazari/UNIFESP).


2) Entre Estética e Política: a produção da diferença nas resistências contemporâneas. (Prof. Dr. Roberto Duarte Santana Nascimento/UNESP).


3) Ontologia histórica de nós mesmos e a atitude crítica face ao presente: Deleuze, Foucault e Blanchot. (Profa. Dra. Flávia C. S. Lemos/UFPA).


4) Nietzsche, Foucault e Deleuze: aproximações e disparidades. (Prof. Dr. Ernani Chaves/UFPA).
Mediação: Profª. Doutoranda Daiane Gasparetto.


*

11:30h a 13h - Mesa Redonda II - Educação e Produção da Diferença: conversas com Gilles Deleuze;

1) Corpos, arte e performances na educação: processos de diferenciação em Gilles Deleuze. (Profa. Dra. Juliana Soares Bom-tempo/UFU).


2) Subjetivações, Arte Contemporânea e (Des)aparecimentos. (Profa. Dra. Dolores Galindo/UFMT).


3) Currículo e produção da diferença: contribuições de Gilles Deleuze. (Profa. Dra. Josenilda Mauês/UFPA).
Mediação: Prof. Doutorando Franco Cruz


***

Dia 16/11 - TARDE - Auditório ICED
15h às 16:45h - Mesa Redonda III - Literatura, cinema e subjetividades: Gilles Deleuze e zonas de vizinhanças:


1) A vida como obra de arte e as zonas de vizinhanças entre Deleuze, literatura e Blanchot. (Nilson Oliveira - Editor da Revista Polichinelo).


2) Cinema e ensino: a formação de professores e pesquisadores em algumas conversações com Deleuze e Foucault. (Profa. Dra. Sílvia Chaves/UFPA).


3) Benjamin, Kafka e Deleuze: ressonâncias e conversações nos estudos da literatura e do cinema. (Prof. Doutorando Flávio Valentim de Oliveira/UNAMA-UFPA).


4) No quarto com Proust, Nietzsche, Deleuze e o desaparecimento do leitor na literatura. (Profa. Dra. Gilcilene Dias da Costa/UFPA).
Mediação: Profª. Doutoranda Vilma Brício


Encerramento: Performance Cia Cínicos de Teatro

***


17/11 – MANHÃ - Auditório do IFCH


8h30 às 10h30 - Minicurso I - O legado de Gilles Deleuze e Proust para a Psicologia, Filosofia e História: ressonâncias (Prof. Dr. Roberto Duarte Santana Nascimento/ UNESP)

10h45 às 12h45 - Minicurso II - A filosofia da diferença em Gilles Deleuze, Espinosa e Nietzsche. (Prof. Dr. Sandro Kobol Fornazari/UNIFESP).



*

17-11 - TARDE - Sala de expressão corporal/ ICED


14h às 16h- Minicurso III - Ecologias na barriga dos monstros: práticas de ficção política (Prof. Dra. Dolores Galindo/UFMT)


16h15 às 18h – Minicurso IV - Corpo, cidade, rua e performances: Deleuze-Guattari e as artes-afectos. (Profa. Dra. Juliana Soares Bom-tempo/UFU).


***

19h - Praça do Carmo - Festa com grupos artísticos da cidade de Belém e entornos




*



Para realizar a inscrição, proceda assim:
1) Se inscreva neste link: 
http://goo.gl/forms/rDwIybv9fP
2) Efetue o depósito na conta a seguir, de acordo com o valor dos minicursos de seu interesse: Conta 38144-6; Agencia 3702-8 (Amanda Gabriella Borges Magalhães)
Valor: 20 reais (dá direito às mesas redondas + 1 minicuso)*. Para cada minicurso extra, o valor é 10 reais se vc for graduando, ou 20 reais se vc for pós graduando ou profissional.
3)Envie para o nosso email (coloquiodeleuzeufpa@gmail.com) o comprovante de pagamento, e informe em qual(is) minicursos quer ir.
Depois disso você receberá um email de confirmação de inscrição**

Mais informações: nos comentários ou pelo email: coloquiodeleuzeufpa@gmail.com







10/18/2015

Arrastar um landau debaixo d’água // Rogério A. Tancredo









O POETA E O LANDAU

Rogério A. Tancredo






DÁDIVAS DE TER UM CARRO

arrasto um Landau debaixo d’água
contra maré na correnteza
não me agarro a mais nada
o vento é meu desafeto
me afoga o quanto pode
o cérebro os intestinos
num câncer que vai metamorfoseando
enferrujando secretamente
mas muito de propósito
pelo amor de Deus
pelos dias Perfeitos
um Landau afogado
vai passando rasteiro
o passeio que homem algum jamais teve
– suave amável mórbido
Landau para doentes
levados para fora do alcance




Entre os lançamentos da ótima safra de livros de poesia dos últimos anos – alimentada por editoras “menores” que vão na contramão do mercado editorial – um chama atenção não só pela força e beleza de seus poemas, mas por seu título, falo do instigante Arrastar um landau debaixo d’água, de Ney Ferraz Paiva, lançado em 2015 pela jovem e corajosa editora Patuá. Conhecido por seus títulos que remetem às suas preferências e influências poéticas como Nave do Nada tirado de um verso de Paulo Plínio Abreu (seu conterrâneo), Arrastar um landau debaixo d’água não foge à regra, fora tirado de um poema do francês Henry Michaux. Não vamos nos deter aqui em falar sobre suas preferências – se o faço é apenas como forma de introdução - e sim do título curioso (assim como Uma faca só lâmina ou O cão sem plumas) que nos remete a pensarmos o atual, ou seja, o contemporâneo. Se destacarmos do nome do livro a palavra que mais chama atenção nos deparamos com a figura do landau, carro outrora luxuoso, cheio de pompa, que hoje não passa de uma “banheira”, “lata velha” emprestando os termos dos apaixonados por carro, ou de artigo de colecionador para embelezar os salões. Tal qual, o poeta não é diferente do famoso carro, que nos dias atuais, segue encarquilhado, sem uso prático, de serventia de pouco valor, a não ser ornar as estantes cheias de livros não lidos. Isso se pensarmos a palavra landau separadamente, e logo fazendo uma analogia com a figurado do poeta, já daria o que falar, imagine se nos debruçarmos sobre o criativo título Arrastar um landau debaixo d’água aí a coisa começa a ficar interessante porque já não estamos falando de figuras obsoletas, como queiram alguns, mas do fazer poético propriamente dito, do “arrastar” para ilustrar esse fazer. 


Todos sabemos que a contemporaneidade se constitui como uma dobra da modernidade por acentuar a dimensão melancólica e desesperada da irmã mais velha. Além disso, podemos notar um afunilamento em relação às exigências profissionais, é uma época marcada pelo pensar prático e objetivo, onde as coisas têm de ter uma função, desconsiderando àquelas que não tem função alguma – como a poesia – mas são o que são e se explicam por si só. Fazer poesia nessa época que não pensa mais o mito como verdade e sim como uma função prática, onde você tem e deve ser o melhor, acaba sendo um grande sacrifício, como matar um leão a cada dia, ou seja, é arrastar um landau debaixo d’água. Quem aceita sacrificar-se assim acaba como um cavaleiro de armadura andando pela cidade cheia de máquinas e arranha-céus. O poeta é o fantasma fora de seu tempo, sob o elmo tem uma visão distorcida e disforme, mais próxima do que chamamos realidade. No poema “A LOUCURA SEM REPOUSO”, título que remete ao sacrifico de escrever, espécie de doença que move o poeta, podemos notar em seus versos como este vê a cidade através do limiar que a razão tenta esconder: [...] a paisagem de uma cidade/ enfermaria a céu aberto/ é feita de carne/ deteriora despedaça separa [...] A cidade, é o palco dos dramas a serem vividos, seus cidadãos vivem sufocados pelas exigências que esta impõe: [...] tosses suores asfixias/ em busca de ar fresco pessoas descem ruas/ mercados rios praças/ uma musculatura louca/ também isso a arte faz/ traz cadáveres à rua/ pra revoar os pássaros do horror 


... 


A arte serve para pensarmos o agora, o que fora dado, imposto, amplia o que a história tenta diminuir. Precisamos voltar a um ponto de partida para recomeçarmos, se é que existe esse ponto. O contemporâneo – neste caso o poeta – é aquele capaz de ver para além do clarão que nos ofusca, é como nos diz Agamben: “o contemporâneo é aquele que percebe o escuro de seu tempo como algo que lhe concerne e não cessa de interpelá-lo, algo que, mais do que toda luz, dirigi-se direta e singularmente a ele. Contemporâneo é aquele que recebe em pleno rosto o facho de trevas que provém do seu tempo.” Arrastar um landau debaixo d’água é estar fora e dentro do seu tempo. Fora porque ainda se escreve poemas apesar das adversidades e exigências impostas pelos novos tempos, e dentro porque àquele que os escreve é capaz de enxergar os males de sua época. Aliás, o tempo inexoravel, que à tudo corrói e no qual estamos imersos é um tema constante no livro: acende meu cigarro Augusto dos Anjos/ fim de semana fumo a ruína dos anos/ viro duas páginas (sábado & domingo) / não mantenho mais a casa limpa/ não me alimento não verifico o correio/ você se apressa a me oferecer fogo/ fumo pra escamar o dia o beijo a faísca. Para suportar tanta loucura e doença, além da poesia, temos os vícios, que ajudam a seguir adiante, nesses dias difíceis em “IMAGEM DO VELHO POETA QUE SE EXERCITA COM PESO DE PEDRAS DO MUSEU DE OLYMPIA”, espécie de Ode ao cigarro (companheiro fiel do ato de solidão que a escrita exige) o poeta diz: tenho fumado uns cigarros um pouco de/ tabaco faz eu me sentir menos esquisito/ sem cigarros não consigo escrever aquele/ prefácio nem consigo fazer a barba ficar/ bonito tenho uns amigos que sem fumar/ conseguem ser bons poetas em Curitiba/ em Belém não consigo escrever uma linha... 


Debaixo d’água o landau segue falando do peso de se viver o contemporâneo, da luta do poeta para suportar os dias – cheios de angústias - que se repetem incessantemente:  era o rádio sintonizado num som aleijado/ era o rádio mergulhado no vômito no sofá/ era o rádio insaciável embriagado censurado/ era o rádio paralisado por um câncer devastador/ era o rádio indo às montanhas respirar o ar da vida [...] E dentro dele estão todos e niguém, principalmente aqueles que se retiraram para dar voz a outros como Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Ana Cristina C,  Bukowski, Fernando Pessoa, Adília Lopes, Silvia Plath, Anne Sexton, Francesca Woodman, Frank Gehry ... personas que através de sua arte propunham outra coisa, não esta que nos arrasta para um fim desconhecido, nebuloso. Igualmente a eles, Paiva se coloca contra a mesmice contemporânea com uma força poética de rara beleza que questiona, insurge-se contra o presente. Em tempos onde tudo está sujeito a um mercado, cheio de “Escritores” que produzem para agradar a X e a Y, o autor vai contra esse movimento “por uma literatura menor”, para viver submerso na essência da poesia, no subterrâneo da linguagem.       






para comprar o livro:




10/16/2015

Leonardo Fróes: arte das montanhas





















Introdução à arte das montanhas
Leonardo Fróes



Um animal passeia nas montanhas.
Arranha a cara nos espinhos do mato, perde o fôlego
mas não desiste de chegar ao ponto mais alto.
De tanto andar fazendo esforço se torna
um organismo em movimento reagindo a passadas,
e só. Não sente fome nem saudade nem sede,
confia apenas nos instintos que o destino conduz.
Puxado sempre para cima, o animal é um ímã,
numa escala de formiga, que as montanhas atraem.
Conhece alguma liberdade, quando chega ao cume.
Sente-se disperso entre as nuvens,
acha que reconheceu seus limites. Mas não sabe,
ainda, que agora tem de aprender a descer.

















Leonardo Fróes
um animal na montanha (2015)






filmagens e direção:
Alberto Pucheu
Gabriela Capper
Sérgio Cohn

Montagem
Gabriela Capper

Vale do Socavão ARTeVida



*





















10/15/2015

sobre "Arrastar um landau debaixo d’água" de Ney Ferraz Paiva:






UM HORIZONTE PROVÁVEL:
AUTOMÓVEIS SUBMERSOS

Nilson Oliveira



Imergir para outros trânsitos. A imagem do automóvel submerso funciona como umbral, enlace para curvas sem consolo, talvez mais, para os lados, para o subterrâneo. Finalmente evadir-se dos pontos. Pontos fixos embaraçam as linhas, obliteram ondas. É preciso escapar do foco, sobretudo dos mapas e mapas do mesmo. Desenhando uma outra cartografia, Ney Ferraz Paiva nos diz sem receios: “escrever é não ter chaves/ dos mares portos ilhas/ périplo a esmo no Pacífico”. A poesia de Ney Ferraz Paiva se desloca num ciclo vicioso cuja persistência equivale a uma vontade de despertencimento, força [in] transitiva que não cessa de se perder, acontecimento que desata num desejo escapadiço, movimento no qual escrever se consagra num erro essencial. 

Sim, o jogo se deflagra ainda na literatura, é disso que se trata, de escrever como questão do escrever, demanda da escrita. 

Demanda da poesia, acontece como exigência de uma experiência de descriação, que consiste em subverter os pontos, des-criar o real, ser mais sensível do que o fato que ‘aí’ se posta [a escrita vigente] e imergir para as bordas de um horizonte outro, da escrita na sua possibilidade plural. Ou seja, da escrita como deslizamento sem fim, imanente à liberdade selvagem do escrever. É assim que a poesia se efetua em Arrastar um landau debaixo d’água: fértil de encontros, cesuras, derivações, se arrastando “contra maré”, mas ainda “na correnteza”. 

Portanto, na contramão, mas resvalando numa linha (de possível) que se desdobra num duplo processo de recusa – do galardão e do senso comum – numa negação que afirma outras aberturas. Já não se trata do possível como mero campo de possibilidades, fortuito, gratuito, mas o possível criado necessariamente, mesmo que a partir de uma impossibilidade. 

É a poesia irrompendo numa situação de combate: “arrasto um Landau debaixo d’água/ contra maré na correnteza/ não me agarro a mais nada/ o vento é meu desafeto/ me afoga o quanto pode/ o cérebro os intestinos/ num câncer que vai metamorfoseando/ enferrujando secretamente/ mas muito de propósito (...) / um Landau afogado vai passando rasteiro/ o passeio que homem algum jamais teve/ – suave amável mórbido/ Landau para doentes/ levados para fora do alcance”. “Suave, amável... Landau para doentes”. Essa passagem não deixa de ser uma imagem que remete ao ‘filósofo vitalista’, aquele para quem a compreensão da doença se amálgama a uma potência de vida, a algo que entende a doença não como inimiga, pois a doença em si, segundo o filosofo, não traz a sensação da morte e sim aguça a vontade da vida. Mas quem são os doentes? São aqueles marcados por uma força, os “grandes viventes”: são artistas, poetas, pensadores, corpos sensíveis, cujas vidas se atravessam na fronteira entre doença e saúde, oscilando numa alternância entre a potência e a debilidade. São  Fotógrafas, Poetas, Reclusos, Dramaturgas, Perdedores, Escritores, Suicidas, Suspeitos, Náufragos, Desertores; uma raça forte, poderosa constelação: “todos aqueles que deixaram a sanidade para trás”. 

O Landau e seus doentes, tal como a nau dos loucos, se arrastam para fora do alcance da vida ordinária, para dentro de outra compreensão da vida, sem subterfúgios, total, fora dos dispositivos de controle, fora do alcance dos poderes, dentro dos abismos da experiência literária. Experiência oscilante entre escrita e furor, engendrada sob o signo de uma força bruta – força não corpórea (que age contra o corpo), cujos enunciados embaralham os contornos do mundo, desfiguram identidades, desmantelando as fronteiras e os códigos literários, alcançando imagens das quais o reflexo causa uma sensação de inquietação: “O poema é cama para transportar alguém ferido ou morto/ arte pode ser velha e ter algo de extrema violência e revolta/ rogai pela carne crua da noite quebrai meus ossos ao amanhecer”. 

Na poesia de Paiva prevalece um movimento no qual a experiência de escrever não é ainda senão uma violência que tende a se abrir e a se fechar. Acontecimento que se abre, mas que tende a se retirar para o infinito de outras margens, num retorno excessivo. Nessa esfera, a poesia torna-se então a intimidade em luta por momentos irreconciliáveis, experiência dilacerada entre a efetuação da obra como origem e a fratura onde ela reina como ilimitada. É, portanto, a essa direção [o ilimitado] que a poesia de Paiva nos arrasta e é precisamente a essa direção que ela se desloca. 

Arrastar um landau debaixo d’água: momento solene cuja estranheza angustiante todo aquele que atravessá-la, de algum modo, o reconhecerá. Não se trata da aflição diante da obra, mas o desassossego diante daquilo que se arrasta com a obra: o ingovernável, fotogramas do imperceptível, o jogo das margens áridas. São experiências possíveis senão por um intenso e exaltante movimento da poesia.

Nilson Oliveira, editor da revista Polichinello




*





Ney Ferraz Paiva



Lançamento de Arrastar um Landau Debaixo D'água




Lançamento de Arrastar um Landau Debaixo D'água




Ney Ferraz Paiva & Nilson Oliveira



Ney Ferraz Paiva & Nilson Oliveira























10/02/2015

Lançamento de “ARRASTAR UM LANDAU DEBAIXO D'ÁGUA” / Ney Ferraz Paiva





L A N Ç A M  E N T O : 
“ARRASTAR UM LANDAU 
DEBAIXO D'ÁGUA” 
(Patuá, 2015) 
 Ney Ferraz Paiva




Dia 07 de outubro, às 19h - IPHAN/ Belém 
AV. José Malcher, Nº 474, esquina com Benjamin Constant