7/03/2017

COMO RESISTIR HOJE?








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COMO RESISTIR HOJE?
afetos e desassossegos  do contemporâneo

Nilson Oliveira

Nada além do suspenso, do atroz
Jacques Dupin

O que permanece é o futuro não o presente que desola
Max Jacob


Uma questão imprescindível, resistir hoje. Sim, resistir à força que se impõe adulterando o presente, espectro mais sombrio, o horror gradual da lei que excede a lei. O próprio desastre. “Chamo de desastre o que não tem o último por limite: aquilo que arrasta o último para o desastre” (ED, 2016. p, 48).
É disso que se trata: resistir ao insuportável o qual, pelas figuras mais bestiais do poder, manobra a política do presente. Trata-se de um espectro moldado no vazio jurídico, inclinado ao que excede (no sentido do delito), no curso de medidas recessivas, a saber: golpes contra direitos fundamentais. Ou seja, a destruição de políticas sociais e trabalhistas. Ação articulada no limiar da força, em escala progressiva, constituindo um dano social cujo alcance é ilimitado.

Tudo devidamente enredado sob a tutela da lei, numa maquinação fundada na violência própria a um regime que opera na subversão da realidade pela norma (no limiar do que excede). Essa é a imagem do presente. Sintomas de um tempo, o horror neoliberal, ferida aberta dos nossos dias.

Nesse contexto – «em objeção ao insuportável» – a ideia de resistir. 

Uma urgência que corta os dias.
É preciso resistir ao que prolifera entre superfície e o subterrâneo de um tempo povoado por uma espessa névoa reacionária, minado por medidas (de exceção) cujo efeito cinde entre a demolição da experiência e a vida nua.   
É a partir desta imagem espectral (o terror contemporâneo) que se atam as linhas deste Colóquio “Como Resistir Hoje? Afetos e desassossegos do contemporâneo”.
A aposta consiste em pensar, no contra fluxo ao intolerável, traçando movimentos vários – linhas de fuga & travessias – no curso do que resiste, produzindo formas, modos, possibilidades de resistir hoje.
Resistir por todas as vias, entradas, dobras e fendas, em conexões várias (filosofia, política, arte, etc.,), numa experiência plural, ao encontro dos combates, falas de passagem, poéticas, desassossegos, ativismos, linhas erráticas.
A programação será composta de conferências, vídeo, lançamentos e tem como convidados: Eduardo Pellejero (UFRN) Ney Ferraz Paiva (Revista Polichinello) Alberto Pucheu (UFRJ) Luciana Brandão Carreira (UEPA) Josi Maués (UFPA) Agostinho Ramalho (Psicanalista/PA) Galvanda Galvão (Vídeo-Artista/PA) Elisabeth Bittencourt (Psicanalista/RJ).

Colóquio “Como Resistir Hoje? Afetos e desassossegos do contemporâneo”. Realização: Revista Polichinello. De 04 e 05 de Agosto de 2017, no IPHAN/Belém-Pa.



04 e 05 | Agosto 2017
IPHAN-Belém | Av. José Malcher Nº 474
(esquina com Benjamin Constant)

Informações: (91) 32784578 |  revista.polichinello@gmail.com