RÉQUIEM 15
Era bem madrugada e
nossa catedrática feliz e linda cantava NE ME QUITTE PAS, em uma das mãos um
copo de Uísque e na outra um cigarro, no rosto a marca do rímel que denunciava
o caminho das lágrimas. Alta, magra, loira, inteligente, culta e bela nossa amiga
preceptora feliz e bem amada atirou-se do vigésimo andar de seu prédio. O pior:
ninguém lamentou o ocorrido.
RÉQUIEM 21
Ele é carroceiro,
passa o dia carregando entulho de construção. Manel é trabalhador e adora uma
buchudinha, uma cerveja, um São João da Barra, um Domus, qualquer coisa que
tenha álcool. Assim, assim ia levando sua vida, se não era uma vida feliz ....
feliz, era no mínimo ... mínimo suportável. Até que conheceu Nazaré, puta que
pariu !!!!!! Tem sido sua desgraça, entre um gole e outro de cachaça, no boteco
do seu Paulo, Manoel me falava de sua triste sina, fazia tempo que não se
apaixonava, até que das trevas surgiu Naza, professor !!!! me dizia, já bêbados
eu e ele: veja o absurdo a mulher não gosta de ovo, nem de sardinha, nem de miojo,
açaí só papa e com camarão grande. Porra professor, disse ele, a pior coisa é
pobre querendo ser rico, não gostar de ovo é absurdo. Tem mais, pra fazer sexo
eu tenho que dá cinquenta reais e ... não é completo !!! Enquanto
bebíamos outra dose de cachaça Nazaré surge aos gritos: porra Manel cadê o
caralho da merda do açaí? Tu fica aí bebendo cachaça eu esperando que nem uma
lesa, vai logo comprar e deixa esse Professor papudinho aí. Ei, disse Manel
aborrecido, respeita o professor !!! hummm tu é fresco é, dá logo cu pra ele .
pra evitar mais constrangimento Manel foi comprar o açaí com os únicos 15 reais
que tinha.
RÉQUIEM 45
Nunca perdoou o pai pelo seu nome, não pela sua estranheza, mas pela sacanagem irresponsável daquele velho maldito, por mais improvável que pareça tudo em sua vida está ligado a esse nome, toda sua infelicidade está ligada a isso. Seu Nelson, que na década de 70 estudou filosofia, muito a contragosto de sua esposa pôs o nome de seu primeiro filho de Epicuro, filosofo grego até bonzinho. Sua mãe pra aliviar o nome tentou um apelido, só que Epicuro é um nome que não cabe apelido, fica mais estranho. Seria : pipi, cucu, picu, só piorava, por isso sua mãe pôs-lhe o apelido de Alexandre. Só que era tarde os moleques e os parentes pra sacanear recusaram o apelido e o chamavam até excessivamente pelo estranho nome. Epicuro cresceu agressivo e revoltado, a hora da chamada na escola era o horror, todo dia brigava. Hoje o vi, camiseta, bermudão, raspou a cabeça, mandou fazer umas tatuagens no braço, tomou bomba, arrumou uma esposa negra que para agradá-lo manda pintar o cabelo de loiro, ele com a chave do carro na mão, e ela com um cachorrinho da raça Bichon Frisé no colo. Pensei em cumprimentá-lo, mas fiquei com medo, ainda mais agora que é lutador. Epicuro no meio do MMA é conhecido pelo apelido de mostro. talvez desenvolva Alzheimer, e talvez isso possa lhe salvar.
Nunca perdoou o pai pelo seu nome, não pela sua estranheza, mas pela sacanagem irresponsável daquele velho maldito, por mais improvável que pareça tudo em sua vida está ligado a esse nome, toda sua infelicidade está ligada a isso. Seu Nelson, que na década de 70 estudou filosofia, muito a contragosto de sua esposa pôs o nome de seu primeiro filho de Epicuro, filosofo grego até bonzinho. Sua mãe pra aliviar o nome tentou um apelido, só que Epicuro é um nome que não cabe apelido, fica mais estranho. Seria : pipi, cucu, picu, só piorava, por isso sua mãe pôs-lhe o apelido de Alexandre. Só que era tarde os moleques e os parentes pra sacanear recusaram o apelido e o chamavam até excessivamente pelo estranho nome. Epicuro cresceu agressivo e revoltado, a hora da chamada na escola era o horror, todo dia brigava. Hoje o vi, camiseta, bermudão, raspou a cabeça, mandou fazer umas tatuagens no braço, tomou bomba, arrumou uma esposa negra que para agradá-lo manda pintar o cabelo de loiro, ele com a chave do carro na mão, e ela com um cachorrinho da raça Bichon Frisé no colo. Pensei em cumprimentá-lo, mas fiquei com medo, ainda mais agora que é lutador. Epicuro no meio do MMA é conhecido pelo apelido de mostro. talvez desenvolva Alzheimer, e talvez isso possa lhe salvar.
RÉQUIEM 63
Ser professora foi
escolha do destino pra Anna, e de Anna pro seu destino. Anna é uma espécie rara
de professora, ela é linda, e melhor!!! Não se veste como professora, não tem a
cara sofrida de professora, ela é bem resolvida e feliz., Anna se entristece
apenas quando lembra do tempo que perdeu com um “ entulho” chamado Mauro, Anna
passou dez anos noiva dele, comprou casa, mobília, vestido de noiva, cachorro e
gatos. Seu sonho era casar com Mauro, nem ela sabia porque.... amor? Quem sabe
?. Pelo que conheço acho que não. Mauro era namoradinho de adolescência, que
foi ficando mesmo sem fazer sentido. Com ele, ela virou mulher, com ele, ela
dividiu alguns sonhos, os menores. Os grande sonhos ela sempre guardou consigo,
isso por saber que talvez ele....... talvez não, ele jamais compreenderia, era
burro demais pra isso. Anna agora se sente inteira, plena, a parte que lhe
faltava, e que sempre procurou em lugares óbvios, em homens, mulheres etc..
estava dentro de si, literalmente dentro de si. Anna mesmo tento casos
aleatórios com homens e mulheres não permite que se crie expectativas sobre
ela. Ela é feliz assim, sem cobrança e vínculos cotidianos. Agora tudo mudou em
sua vida, como já disse, Anna se sente plena e, pela primeira vez completa, a
improvável gravidez lhe alcançou de surpresa, de início foi o terror, o
desespero. Como, e o que é ser mãe? Apesar das dúvidas, do medo e da incerteza,
pela primeira vez Anna se sente completa. A felicidade era evidente, Pedro seu
filho inesperado mas providencial nasceu grande e forte, Anna passava horas
admirando Pedro às vezes procurava nele traços que lhe desse pistas do pai, não
que isso importasse, mas todos os traços iam em sua direção, o nariz era seu,
os olhos. Pedro cresceu em graça e gloria, cada dia Anna se admirava da
inteligência precoce de se filho, O primeiro aniversário de Pedro foi intimo,
só Anna e ele, brincaram, fizeram brigadeiros e bolo, ela até se vestiu de
palhaço. Até os dez anos a vida de Anna e Pedro foi assim, FELIZ, e tranquila.
Por uma covardia do destino Pedro morreu de uma doença congênita, deve ter
herdado do pai, disse o médico, Anna não tem a mínima ideia quem seja aquele
lhe deu e de certa forma lhe tirou sua completude, mas isso nunca foi
importante. Depois da morte de Pedro, Anna não reconhece mais o mundo como algo
seu, Anna deixou a sua segunda grande paixão O MAGISTÉRIO e começou a beber, e
beber cada vez mais, algumas vezes foi internada em hospitais psiquiátricos, e
cada vez enlouquecia mais, numa dessas clínicas conheceu, o que seria seu
grande amor da escuridão: Neuton que também estava perdido na loucura. Neuton e
Anna um dia desapareceram e reapareceram naquilo que costumou-se chamar de PAU
DO URUBU. Anna reapareceu pra vida como Roberta Miranda
RÉQUIEM 21.456
" Hoje o estado
do Pará acordou chocado com o suicídio de uma família inteira"
A infelicidade e a
impossibilidade para a vida impressionantemente alcançou toda a família de uma
só vez . Pai, mãe e filhos. Como em um passe de mágica todos se perderam do
sentido da vida. De uma hora pra outra só existe o vazio, a absoluta amplidão:
o nada. A sensação de infinitude sem propósito. Mas pra quem conheceu a família
sabe que a vontade de morte não ocorreu de uma hora pra outra, que a vida da
família nem sempre foi assim. Eles riram juntos, passearam, brincaram, tomaram
banho de mangueira, andaram de bicicleta, fizeram churrasco, viajaram etc..
Foram verdadeiramente felizes. Todos na rua, os antigos, lembram quando os
filhos eram crianças, quando o pai ainda tomava umas geladas, ouvia música e
brincava com os meninos, A mãe mesmo sendo a mais retraída também dava sinais
de felicidade, tudo parecia correr bem. A tragédia da família Gonçalves teve
seu início há uns dois anos quando a mãe desenvolveu uma tristeza patológica,
"a vontade de nada". Cada dia que passava, mais ela se subtraia do
cotidiano: já não comia direito, falava bem pouco, às vezes a família caia em
desespero com seu choro e seus lamentos incompreensíveis, O pai perdeu qualquer
vontade de viver, parou de beber, por pura tristeza, há muito tempo não escuta
música, Os filhos se tornaram taciturnos, niilistas, sem amigos, sem namorados
ou namoradas. Vendo a mãe -- e o pai por tabela--, morrendo. A vida pra eles
também perdeu o sentido e todos acabaram adoecendo da mesma doença da mãe. A
casa dos Gonçalves se tornou assustadora, quem passa pela frente sente a
escuridão, sente quase que por osmose a dor que precedeu as mortes, Quem entrou
na casa e viu a cena, diz que a casa estava irreconhecível, mesmo depois de
semanas do ocorrido ainda dava pra senti a grande tristeza que fez com que a
vida daquela família perdesse absolutamente qualquer sentido. Quem é mais
próximo diz que cada um morreu em cômodo diferente da casa, menos o pai e a mãe
que morreram no chão da sala. Os filhos, cada uma morreu em seu quarto. Todos
morreram envenenados. No quarto da mãe as fotografias da família eram
evidentes, os meninos pequenos, a mãe e o pai rindo, no quarto dos meninos
fotos de antigas namoradas e namorados, as mesmas fotografias da mãe. Estavam
inacreditavelmente felizes. Chamava atenção uma fotografia, meio rasgada do pai
com uma das crianças no macaquinho e a outra tomando banho de mangueira. Sento
no sofá e Imagino aqueles quadros, as fotografias, os moveis já deteriorados,
como únicas testemunhas daquele horror, e por um brevíssimo tempo consigo me
comunicar com eles: com os quadros, as fotografias, o sofá, e experimento a
verdadeira e absoluta escuridão e alguns vestígios de pequenas felicidades.
RÉQUIEM
3.456.245
Cada dia por não
poder fugir pra fora, dona Raimunda fugia pra dentro de si, para a
introspecção, quanto mais pra dentro, mais longe ele ficava de tudo que antes
achava importante, de tudo que fazia sentido. Pouco falava, pouquíssimo falava.
As vezes pra dar sinal que ainda compreendia o mundo, que ainda estava lá, que
ainda não estava totalmente louca ela ria, e balançava a cabeça como querendo
dizer: eu entendo. Logo seu riso se desfazia e ela rapidamente voltava pro
seu lugar estranho, onde ela convive com tudo que já viveu, com as pessoas
amadas, inclusive àquelas que morreram, como seu marido e seu filho mais velho
que envenenou-se, às vezes ela é flagrada rindo e balbuciando almas, logo que
se sente observada ela se retira rapidamente para aquele lugar onde experimenta
a sensação de não-existência individual. O lugar sem nome de Clarice
RÉQUIEM,
1354
Em 1970, todas as
casas da rua onde morávamos, na travessa timbó, eram de madeira e cobertas com
palha. Havia apenas uma casa de tijolos e coberta com telha de barro. Era uma
casa esquisita, era linda, que hoje sei o nome " sobrado". Se a casa
era inusitada, sua moradora era mais. Branca, alta, olhos bem azuis, braços e
pernas longilíneos, que dava um charme indescritível ao seu sempre presente
cigarro. Todos os dias passávamos em frente a sua casa pra irmos à escola, Dr.
Justo Chermont, eu e os moleques da rua: bala, Jesus, que todos chamavam de
diabo, Patiaba, Ferrugem etc.. Ficávamos sempre surpreendido com sua beleza,
mesmo não tendo a mínima noção do que fosse beleza. Tudo era diferente ali,
suas músicas eram estranhas, não tinham letras, só era som, e ela além de fumar
muito, tinha um hábito meio esquisito pra alguém de sua idade, vivia estudando,
vivia com livro nas mãos, e entre um e outro trago de seu inseparável cigarro
ela perdia seu olhar lá pras bandas da pedreira. Só muito depois compreendi que
ela simplesmente lia, e que seu olhar se perdia nas entrelinhas dos livros.
RÉQUIEM 1707
A Porta da
consciência se fechou atrás dele. “provavelmente nunca mais se abrirá”. Afirma
o neurologista. Daniel é o filho do meio de uma família de dez irmãos. Dos dez
foi o único que estudou, que teve talento pros estudos. Mais que isso, Daniel
tem um talento incomum pra compreensão. Enquanto uma pessoa normal aprende e às
vezes compreende alguma coisa em três horas. Daniel faz as duas coisas em meia
hora. Sua capacidade para o trabalho também era incomum, era capaz de passar
quinze horas debruçado sobre um problema científico ou texto filosófico com a
mesma disposição de espirito. Certa vez se interessou por filosofia, alias foi
a filosofia quem lhe atiçou a curiosidade sobre o cérebro. Dizia ele que Platão
e Kant são suas maiores paixão filosófica dizia mais, que: “A republica” e “A
critica do juízo” são os dois maiores livros da história da filosofia. Nessa
época Daniel passou dias apenas lendo esse dois livros e quando terminou estava
encantado. e com uma compreensão genial das obras. Daniel também lia poesia e
gostava de comentar entre os amigos. que seus poetas prediletos eram os
naturalistas.
– Se um dia conheci
um gênio esse foi Daniel. Enquanto , nós, seus amigos estávamos perdidos nas
escolhas básicas da vida, ele já sabia com clareza seu destino. Queria ser
médico, aliás, mais que médico. queria ser neurocientista. O cérebro é sua
primeira e principal paixão. Aos quinze anos passou no vestibular pra medicina,
com dezessete já sabia tudo que tinha que saber, e se dedicou a partir daí só
para os estudos neurológicos. O segredo de tudo, inclusive de Deus está
guardado no cérebro de todos os seres, inclusive no cérebro de uma galinha.
Dizia e ria. A resposta pra tudo estava naquilo que Daniel chamou de “ A
porta-Deus ” Depois da graduação fez mestrado, e Já era um neurocientista
notório. Fez doutorado e sua tese virou referência mundial sobre o
funcionamento profundo do cérebro e o inconsciente. Daniel também trabalhava em
projeto que monitorava pessoas em coma. O coma era puro encantamento pra
Daniel. O que acontece com a consciência. Será que ela sobrevive em outra
realidade, será que ela busca saída, será que há porta para a consciência
externa e ela pode ser aberta. Quais segredos o comado desvenda, que caminhos
caminha na imensidão do cérebro. Que portas abre na tentativa de fugir da
liberdade total. Será que sua infância, seus amores, seus medos. será que nesse
incessante e desesperador abrir de portas, e capaz de encontrar a “porta-Deus”.
Com essas conjecturas que uni a ciência à religião Daniel ia cada vez se
tornado mais cientista e mais místico. Ontem em uma cidadezinha no cu do mundo,
lugar muito quente e úmido, como deve ser o fim do mundo Daniel foi falar sobre
suas ideias. Brilhante como sempre mostrou que as outras ciências: biologia,
medicina, farmacologia etc. não são mais que paliativos. Que a resposta
definitiva pra todos os problemas está na investigação profunda sobre os
poderes do cérebro, é aí que estão todas as curas, todas as respostas:
biológicas, químicas, físicas, metafísicas etc... E acrescentou: É a
neurofilosofia quem vai livrar o homem de todos os seus males. Que é essa nova
ciência que vai despertar Deus no homem. Que vai abrir a “porta-Deus”. Depois
da palestra, como de costume todos foram ao restaurante, almoçaram.
Conversaram, fizeram tudo o que o que se faz em um evento desse, Mesmo no cu do
mundo é Assim.. Jamais Daniel teve qualquer predisposição a qualquer alimentos,
alergia zero. Depois do almoço, minutos depois, Daniel passou mal, teve
.....edema de glote. Passou, para desespero de todos, doze minutos sem
respirar. Entrou em coma irreversível. A porta da consciência como dizia se
fechou atrás dele, e desapareceu. Como conheço bem meu amigo, sei que nesse
momento que todos, com razão. estão tristes ele está curioso com a visão de
milhares de portas à sua frente. Com milhares de expectativas. Talvez Daniel
ache a “porta – Deus” e volte, Ou fique tão encanto com seu mundo das ideias,
das essências, de todas as respostas que resolva ficar lá de uma vez por toda.
Que seu encantamento pelas intermináveis possibilidades o faça viver
eternamente por lá Parte superior do formulário
RÉQUIEM 171
Getúlio, seu pai
colocou com J mesmo, depois de uma vida descontrolada, estressada, cheia de
cigarros, bebidas e frituras e tudo mais, teve um infarto, passou quase um mês
em uma U.T.I. Quando nosso amigo se recuperou, resolveu viver mais um pouquinho,
deixou o álcool, o cigarro, as frituras, tudo o que é bom. Resolveu também
tomar remédios: ansiolíticos, anticonvulsivo, todos que pudessem acalmá-lo.
Quando estava acordado Getúlio ficava bem, quer dizer pateta, a merda era
quando dormia, sonhava fumando, bebendo, brigando. Tudo que fazia acordado
começou a fazer dormindo, acordava aos berros, o coração saía pela boca. Em um
desses sonhos Getúlio teve um infarto.
RÉQUIEM
Amanheceu diferente.
Elias acordou bem: Sem aquela sede insaciável, aquela tristeza que parece com
cansaço, sem aquela absoluta ausência de Vontade . Abraçou e beijou os filhos,
que apesar de crianças andavam tristes. Tristeza que beirava a melancolia.
Disse pra esposa que a amava. Disse isso com uma verdade comoventemente
incomum. Fez café. Foi à padaria. Distribuiu sorrisos a torto e a direito.
Tomou café com as crianças e a esposa. Fazia tempo que isso não acontecia..
Ouviu incessantemente a mesma música. Saiu de casa foi à taberna comprou uma
garrafa de cachaça e uma carteira de cigarros. Voltou pra casa e ouviu
novamente a musica que marcaria de uma vez por todo aquele dia de ruptura.
– Antes que preparem seus espíritos para uma tragédia, aviso logo: Não é !!, Elias não se mata, nem mata a mulher, nem os filhos. É a história de uma pessoa simples que resolveu mudar pra tentar ser feliz: Pelos filhos, pela esposa, por ele mesmo: pela mãe e irmãos, enfim por todos que o amavam e estavam sofrendo com sua decadência. Era a última garrafa de cachaça, a última carteira de cigarros, aquela música ele nunca mais ouviria. Jurou pra si. É uma música linda, mas faz seu espirito se derramar. Entre um gole e outro de cachaça, um trago e outro de cigarro: Elias cantava, dançava e brincava com as crianças. Elias se despedia com alegria da velha vida. Era radiante, sua filha dançava como em um filme em câmera lenta. Dançava e ria lindamente. Elias olhava e se emocionava. Nunca tinha visto Juliana tão feliz.
– Sem compreender bem o que estava acontecendo ela perguntava: Pai porque o senhor está feliz.? Nem ele sabia realmente dizer, apenas acordou com vontade de ser feliz, de fazer as pessoas que lhe cercavam felizes. Com vontade de cantar, de sorrir e se possível chorar também.
– Parece coisa de quem está adivinhando a morte: Pensava sua esposa. Ela fazia das tripas coração pra parecer feliz, mas, estava imensamente triste, por que sabia que algo iria acontecer. Algo definitivo e ruim. O que ela não sabia era que Elias havia resolvido mudar. Sua vida Infeliz se encerrava ali.
– Antes que preparem seus espíritos para uma tragédia, aviso logo: Não é !!, Elias não se mata, nem mata a mulher, nem os filhos. É a história de uma pessoa simples que resolveu mudar pra tentar ser feliz: Pelos filhos, pela esposa, por ele mesmo: pela mãe e irmãos, enfim por todos que o amavam e estavam sofrendo com sua decadência. Era a última garrafa de cachaça, a última carteira de cigarros, aquela música ele nunca mais ouviria. Jurou pra si. É uma música linda, mas faz seu espirito se derramar. Entre um gole e outro de cachaça, um trago e outro de cigarro: Elias cantava, dançava e brincava com as crianças. Elias se despedia com alegria da velha vida. Era radiante, sua filha dançava como em um filme em câmera lenta. Dançava e ria lindamente. Elias olhava e se emocionava. Nunca tinha visto Juliana tão feliz.
– Sem compreender bem o que estava acontecendo ela perguntava: Pai porque o senhor está feliz.? Nem ele sabia realmente dizer, apenas acordou com vontade de ser feliz, de fazer as pessoas que lhe cercavam felizes. Com vontade de cantar, de sorrir e se possível chorar também.
– Parece coisa de quem está adivinhando a morte: Pensava sua esposa. Ela fazia das tripas coração pra parecer feliz, mas, estava imensamente triste, por que sabia que algo iria acontecer. Algo definitivo e ruim. O que ela não sabia era que Elias havia resolvido mudar. Sua vida Infeliz se encerrava ali.
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