8/26/2016

Polichinello 17 : Por uma vida não-fascista

 http://revistapolichinello.wixsite.com/poli17


EDIÇÃO Nº 17
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ENSAIOS:
Ana Kiffer
Ana Paula Gomes
Bianca Coutinho Dias
Carolina Villada Castro
Dolores Galindo & Flávia Lemos
Eduardo Pellejero
Élida Lima
Elisabeth Bittencourt
Filipe Pereirinha
Joana Egypto
Luciana Brandão Carreira
Luis Álvarez
Marly Silva
Máximo Daniel Lamela Adó
Michel Foucault
Roberto Corrêa dos Santos
Rogério Tancredo
Solange Rebuzzi
Vinícius Nicastro Honesko
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ESCRITURAS:
Ana Alencar
Edilson Pantoja
Edyr Augusto Proença
Giselda Leirner
Luciano Bedin & Larisa Bandeira
Malha 8
Suelen Carvalho
Vicente Franz Cecim
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POESIA:
Ana Amália Alves
Camila do Valle
Danielle Magalhães
Demetrios Galvão
Eduardo Sterzi
Felipe Cruz
Izabela Leal
Leo Gonçalves
Leonardo Gandolfi
Luiz Guilherme Barbosa
Marília Garcia
Maurício Borba Filho
Olíver Brito
Simone Brantes
Simone Neves
Thiago Ponce de Moraes
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TRADUÇÕES:
Benjamin Fondane
Trad. Vinícius N. Honesko
Edmond Jabès
Trad. Eclair Antonio A. Filho
Enrique Mallen
Trad. Kalila Carla da Silva
Felisberto Hernandez
Trad. Susana Guerra
Kuniichi Uno
Trad. Christine Greiner
Néstor Díaz de Villegas
Trad. Idalia Morejón & Tatiana Faria
Pier Paolo Pasolini
Trad. Davi Pessoa
René Char
Trad. Contador Borges
Edson Passetti & Martha Gambini
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NÚCLEO EDITORIAL
Nilson Oliveira
Izabela Leal
Ramon Cardeal
Evandro Nascimento
Luciana Brandão Carreira
João Camilo Penna
Ricardo Pinto Souza
Alberto Pucheu
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REVISÃO
Dayse Barbosa
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EXPEDIENTE
revista.polichinello@gmail.com
(91) 32784578
Belém PA | 2016
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poli 17  Editorial


T E M P O I N F A M E



Que tempos são esses,
em que uma conversa
é quase um crime,
por incluir
o já explicito?

Paul Celan



Esta seria uma edição impressa, mas a direção foi outra, por incompatibilidade com dias tão difíceis. O cenário por aqui, de uma esfera a outra, declina por vias mais e mais sinistras. Efeito do espectro que assombra o país, vertiginoso retrocesso. Com leis e medidas em favor dos interesses mais reacionários, tudo devidamente agenciado por uma política que persegue, sem dissimular, conquistas sociais, e opera com a lógica de subtração e sequestro, com violação e exclusão, que esvaziam possibilidades, como diz o Esposito: «desonerando a vida».  

Não indiferentes a tais ocorrências a “mídia-corporativa” reitera a aliança de sempre, em favor dos poderes, valendo-se para isso de uma propaganda virulenta e letal. Tempo infame. O golpe é duro e sucessivo.

Golpe tutelado pela lei. Lei da força. Força que subverte a própria lei, imola direitos, suspende garantias. É o próprio «desastre». Lei suprema ou extrema, lei como excessivo da lei. Lei da exceção. «Lei que nasce dos massacres, das cidades incendiadas, das terras devastadas; dos famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo» (M.F, 2005. p, 58-59)
O avanço é terrificante. Recrudescimento das formas de persecução e controle. Golpe contra a vida.  A ameaça expande com dimensões cada vez mais amplas. Horror! Como adverte Pasolini (na entrevista traduzida por Davi Pessoa) «ESTAMOS TODOS EM PERIGO».

Todavia é preciso resistir.

É PRECISO RESISTIR CONTRA OS GOLPES.  Resistir de todas as maneiras – produzir fraturas, linhas e linhas de evasão, em favor das experiências plurais e outras intensidades – num processo vivo do qual se proliferem situações de contragolpe.

Assim seguimos nesta nova edição da Polichinello, com vontade de vida. E nesse impulso, inspirados pelo sopro foucaultiano,  articulamos uma fórmula mais direta, «POR UMA VIDA NÃO-FASCISTA»,  mote pelo qual rivalizamos com o presente e sua imagem intolerável, em atrito, produzindo «contragolpes», contra os fascismos, num agenciamento entre escritas, vozes, sopros,  em favor do possível, da vida afirmativa.

Assim vamos nesta edição, resistindo a esse tempo hostil. Tempo governado por um capital hediondo, cujo lastro é um campo árido, depauperante, campo de desova. Campo com o qual, por persistência-ativa, confrontamos e traçamos uma mudança de ar: «a linha de fuga do voo da bruxa». Movimento possível graças à rede de afetos, cuja potência afirmativa nutriu nossas forças, multiplicou nossa capacidade de sobrevivência. 
















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