Por Nilson Oliveira
A imagem permanece a mesma: uma estranha esfera negra a girar / a dançar. Porém, olhando mais atentamente, a imagem ganha outras nuances: em absoluto frenesi, um Urso Negro rodopia em torno de si mesmo contorcendo a harmonia de tudo; gira num vertiginoso poder de girar. Seu giro desata as horas, os segundos, os sentidos. O Urso, incansável, gira cada vez mais até esgotar as forças do mundo. Gira e toca piano – o giro é o intervalo da razão -,esse é o seu poder. Sair da clausura do demasiadamente humano, inventar um tempo, uma sonoridade e permanecer com seu piano na outra margem, girando como uma esfera negra, dançando a dança da desrazão.
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Ele não é um outro mundo, mas o outro de todo mundo.
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Há 30 anos [dia 17 de fevereiro de 1982 em Nova Jérsei] Thelonious Monk desapareceu definitivamente.
Belíssimo texto homenageando um gênio. Título acertado evocando um texto desgraçado de bonito do Cioran. Valeu a homenagem e vou agora meter um thelonius.
ResponderExcluirAbraço